ALMANAQUE DE PLANTAS - 3ª PARTE

Capítulo TRÊS – Plantas da Flora Medicinal

A partir daqui transcreve-se na integra algumas das plantas que são as mais conhecidas pelas suas aplicações práticas, propriedades curativas de algumas doenças. Há, pois, que haver uma cuidada observância por aqueles que fazem uso das plantas para curar determinadas enfermidades que por este meio podem ser mais bem sucedidas do que se fossem pela medicina hospitalar. Pelo menos fica-se na esperança de que seja útil.

Se no entanto não possui os produtos, não conhece as devidas plantas por inteiro, não sabe as contra-indicações que podem haver, não se coloque a imaginar receitas à sorte e dirija-se ao ervanário mais próximo em vez de usar qualquer planta que é conhecida popularmente por um determinado nome, mas que pode não ser, de modo algum, a verdadeira planta referenciada por altos e certificados conhecedores da flora.

Relembro que existe neste mesmo tópico uma secção com indicação dos “significados” das muitas palavras que são aplicadas no mundo das plantas medicinais e nos textos que aqui se seguem. Na dúvida não julgue ou presuma que sabe, verifique o que é de facto nesse glossário de significados.


ABRUNHEIRO – (Prumus Spinosa)

É uma planta Europeia e desenvolve-se em Portugal e, também, no Chile, Cuba, Brasil e Argentina. Tem propriedades laxantes, depurativas, digestivas e diuréticas.
1 – Um copo de cozimento de abrunheiro tomado em jejum, ao levantar, e outro ao deitar (2 horas depois do jantar), combate a prisão de ventre.
2 – Por ser naturalmente laxativo estimula a digestão, activa o trabalho dos rins e, ainda, actua como depurativo do sangue.
3 – Pode ser usado nos casos de dificuldades de urinar.
4 – Adicionado com absinto, alecrim ou zimbro, reforça os seus efeitos sendo recomendado nas afecções do reumatismo, da gota, do fígado e nas indigestões.

Dose Interna – 2 gramas em 150 gramas de água 2 vezes ao dia.

Advertência

Há autores que atribuem ao abrunheiro as qualidades adstringentes. É mais um entre muitos erros, que já se somem ao conjunto quando se fala de acção medicinal.

ABSINTIO

Há várias espécies desta planta que, também, têm diferentes nomes. As mais usadas são:
- Artemísia Amarga – cujo nome em latim é Artemísia Absinthium.
- Absinto Marinho ou Santónico, Artemísia Marítima.
- Artemísia Pôntica, ou menor
- Artemísia do Campo, Phathenium Kysterophorus.

Todas elas estão dotadas de propriedades medicinais análogas consideradas tónicas, digestivas, emenagogas, febrífugas e vermífugas.

1 – A Artemísia Amarga cresce em toda a parte e cultiva-se em hortas e jardins. Emprega-se com bons resultados no caso de inapetência, acidez, flatulência, arrotos, febre e desarranjos intestinais e más digestões. Usa-se para combater os atrasos menstruais e como tónico estimulante na atonia gástrica.
2 – O Absinto Marinho ou Santónico está especialmente indicado para combater as lombrigas nas crianças e os parasitas intestinais dos adultos.
3 – A Artemísia Pôntica administra-se nos casos de atonia gástrica e como estimulante da digestão.
4 – A Artemísia do Campo emprega-se nos mesmos casos em que s emprega a Artemísia Amarga, embora a Artemísia do Campo tenha uma acção mais acentuada.

Dose Interna – 2 a 5 gramas em 150 gramas de água, conforme os casos e o efeito que queira obter.


ACÁCIA CAVENA (desconhece-se a designação portuguesa)

Cresce na Argentina. É uma planta Europeia e vê-se muito em Portugal. É anti-séptica e adstringente.

1 – O cozimento emprega-se como anti-reumático, nas enfermidades desta índole, e nos casos em que é necessário um depurativo orgânico.
2 – Extremamente usam-se as folhas secas reduzidas a pó para secar feridas e queimaduras, mas é mais higiénico o cozimento aplicado na forma de loções e compressas.
3 – Dá bons resultados nas afecções da garganta, nos casos de rouquidão, resfriamento e afonia, usando-se somente em gargarejos.
4 – É eficaz para combater as supurações de ouvidos, usando-se em cozimento injectado por meio de uma seringa sem agulha.

Dose Interna – 2 gramas em 150 gramas de água, usando-se várias vezes ao dia. Emprega-se a mesma dose para os outros usos acima indicados.


AGÁRICO (Latim – Agaricua Albus)

Género de fungos que nascem nos bosques da Europa. Existem 3 espécies que se usam na medicina:
- Agárico Branco
- Agárico de Azinheira (agárico de enina)
- Agárico Moscado

Aqui trata-se apenas do Agárico Branco.

1 – O pó deste fungo emprega-se para combater as transpirações nocturnas dos tuberculosos.

Também é usado como vomitivo e como purgante, mas não se recomenda como purgante já que ocasiona cólicas bastante violentas.

Dose Interna – 25 centigramas para cada vez em 150 gramas de água


Continua…