AGRICULTURA e JARDINAGEM
Prosseguir a preparação das terras com vista às plantações da Primavera. É muito benéfico para as lavouras deixar a terra aberta e exposta à acção dos agentes climáticos de Inverno tais como a chuva, frio, geada, neve e gelo. Prossegue neste mês apanha da azeitona.
NO POMAR
Efectuar o tratamento fitossanitário dos pomares, arrancar de raiz as árvores mortas, limpar e raspar os líquenes e os musgos dos troncos e dos muros. Iniciar a poda nas fruteiras a que já tenha caído a folha. Rectificar o pH dos solos, plantar amendoeiras, pessegueiros, videiras, cerejeiras e ameixeiras sem esquecer de colocar fortes tutores de apoio. Podar o kiwi, as fruteiras de pevide e de caroço e nos pomares de amendoeiras é aconselhável uma mobilização do solo.
NA HORTA
Cortar os caules amarelecidos dos espargos, rente ao chão e adubar com estrume bem decomposto. Semear alfaces de Inverno, beterraba, favas, espinafres, nabiças, ervilhas, nabos, etc. Proteger as cabeças das couves-flor e continuar a sementeira das favas e das ervilhas.
NO JARDIM
Continuar o arranque e limpeza das plantas anuais, prosseguir a preparação para os canteiros da Primavera, fazer a correcção dos solos, estrumação e fertilização. Aparar as sebes, plantar as bolbosas, canas da índia, jarros e transplantar as violetas.
Observação – É indispensável o tratamento contra os parasitas das fruteiras de caroço, no momento da queda da folha deve-se pulverizar abundantemente com um fungicida apropriado.
A FUNÇÃO VITAL da SEBE
As sebes corta-ventos feitos com plantas, são muito importantes na paisagem rural e em agricultura biológica, pois criam microclimas e desenvolvem ecossistemas. Facilitam a regulação da água e reduzem a erosão dos solos e são habitats naturais de aves, insectos e outros animais, contribuindo para o equilíbrio biológico, aumentando a fauna e aflora.
Protegem do efeito mecânico dos ventos, favorecem a precocidade das culturas e funcionam como filtros naturais.
As melhores sebes são as de vegetação espontânea com grande variedade de plantas e estratos, à mistura, incluindo árvores, arbustos e trepadeiras tais como o abrunheiro, amieiro, caniços, aroeira, hera, salvas, piracanta, pilriteiro, sabugueiro, silvas, gestas e salgueiro.
Poderá, além destas plantas, fazer também para criar sebes em redor dos campos e das hortas, a cana de bambu ou optar em último recurso de aproveitamento de restos florestais pela criação de uma vedação artificial construída particularmente por galhos erectos de árvores tais como madeiras de pinheiro, castanheiros, acácias e outras árvores produtoras de muitos excedentes anuais.
Neste caso deve fazer cercas de paus cortados até 1 metro e meio até 2 metros de altura de modo a que uns cerca de 50 cm fiquem enterrados no solo de forma segura. Ao enfileirar uns contra os outros pregue ao comprido umas varas de forma a reforçar essa estrutura. Poderá e deve realizar estas sebes artificiais antes de as espetar e fixar no solo. Utilize sempre pregos de acordo com o diâmetro dos paus e caso fiquem sobras de pregos atravessadas nos mesmos tenha o cuidado de as martelar de modo a que fiquem revirados contra a madeira e não causem acidentes corporais.
Um último recurso é a plantação de silvas produtoras de amora em pés afastados a cerca de 20 a 30 cm uns dos outros. Em cada canto do terreno proceda ao enterrar de uma forte estaca ou tronco e, de seguida, estique e pregue arame em duas filas tendo o cuidado de fixar o primeiro arame a uma altura de 30 cm do solo e o segundo arame bem próximo do topo do pau. As silvas irão crescer com apoio nesses arames e à medida que crescem poderá podá-las, a seu gosto, organizando assim tanto o crescimento da sebe como possuindo amoras para a sua alimentação e ao mesmo tempo fazer uma protecção natural barata já que as silvas têm uma duração de vida prolongada, resistem a todos os climas e crescem de forma constante e, quase, de modo invasor.