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 ALMANAQUE DE PLANTAS - 2ª PARTE

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Branquinho




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MensagemAssunto: ALMANAQUE DE PLANTAS - 2ª PARTE   ALMANAQUE DE PLANTAS - 2ª PARTE Icon_minitimeSeg Jul 27, 2009 6:11 pm

Capitulo DOIS

1 – PREPARAÇÂO

É um grande erro vulgar e popular aconselhar a utilização das plantas medicinais em infusão e muitos autores recomendam que assim seja feita, principalmente quando se trata de preparar poções na base de sumidades floridas, folhas e flores.

É um erro tanto mais grave, porquanto provém de pessoas que se supõe dotadas não só de conhecimentos sérios como também de experiências práticas nesta área.

No entender prático, deve-se recorrer ao cozimento, porque sob esta forma não só se extraem os princípios activos desejáveis, senão que se determina a desorganização dos componentes químicos e solúveis das ervas, as quais se misturam com a água em que se fervem.

Com as preparações em forma de infusão, ou gás, não se passa o mesmo. A água apenas se tinge da substância corante ou de clorofila e toma o gosto característico das plantas. Mas essa forma de preparação não extrai os princípios medicinais que se procuram obter.

É por meio do cozimento e não da infusão que se pode extrair tais princípios e ter o convencimento de que não se toma e consome só uma solução de água com substância corante das plantas, mas sim se há nela os princípios activos que convêm para combater tal ou qual doença ou exercer uma acção adequada à natureza do caso.

No entanto quando se procede à infusão é o mesmo que cozer uma maçã em água, aproveitar somente o sumo e deitar toda a polpa vitamínica pelo ralo da pia. Nesta situação já os chineses cozinham o chá e não procedem, como os Europeus, às rápidas infusões de chás já ensacados porque este método industrial não é de forma algum o que fará o verdadeiro chá, mas sim uma água colorida sem muito préstimo para além de lavar o estômago e fornecer, dependendo da quantidade e variedade que se tiver ingerido, uma urina colorida.

A questão que surge agora é saber quanto devem permanecer ao lume as preparações. Em geral, pode-se dizer-se que as flores, as folhas e as sumidades floridas devem ferver de 10 a 15 minutos, e as raízes, cascas, sementes, troncos e talos, meia hora (30 minutos), dependendo a sua maior ou menor duração ao lume da contextura do material que se emprega.

A melhor forma de proceder é deitar numa vasilha ou tigela de louça de tamanho comum a quantidade de material – sejam folhas, flores, raízes, cascas ou troncos – que se deseja e depois de lhes deitar em cima umas 150 gramas de água fervente, coloca-se o recipiente ao fogo onde permanecerá o tempo que se indicou, de acordo com a natureza do produto que se emprega na preparação das tisanas para provocar a desorganização dos seus constituintes químicos e extrair eficazmente os seus princípios activos.

Quanto às quantidades de plantas que se deve utilizar para cada tomada, o mais conveniente é ajustar-se às doses que se indicam no lugar de cada planta aqui descrita a título de exemplo nem em demasia nem em escassez, tendo cuidado de não fazer o cozimento muito carregado ou muito suave, principalmente quando se trata de líquido para beber. O cozimento deve ser agradável ao paladar e não produzir nenhum transtorno, pois, se assim for em vez de provocar uma acção curativa tornar-se-á pernicioso para a saúde.

2 – VOLUME e PESO
Para evitar erros na preparação de tisanas, considera-se oportuno explicar aqui o volume da água e o peso das ervas de forma clara e simples, facilitando o processo em todas as circunstâncias.

VOLUME

150 gramas de água representam o volume de metade de uma chávena vulgar. Também o conteúdo de uma chávena e meia, das de café, equivale aproximadamente a 150 gramas.

Com a fervura a água evapora-se em parte, enquanto o vegetal absorve igualmente água, o que reduz o conteúdo a menos de metade da chávena, equivalente ao volume líquido de uma das que se usam para o café, medida fundamental que deve entender-se por “dose”.

Quer se trate de preparar uma tisana na base de folhas, flores e rebentos, quer na base de raízes, cascas e talos, devem empregar-se os 150 gramas de água, pois enquanto as primeiras gastam menos água na cocção, em troca as segundas absorvem-na em mais quantidade por permanecerem mais tempo ao lume, pelo que o consumo de água chega a equilibrar-se aproximadamente.

Fica assim estabelecido que o volume de água é igual para todas as doses, tendo sempre em conta que a qualidade do vegetal e a sua natureza absorvente equilibram o que pode ver-se como factor diferencial entre as diversas partes das ervas em relação com o tempo da sua coacção.

Não obstante, quando a qualidades do vegetal usado é muito absorvente – pela sua grande porosidade e espessura – convêm sempre juntar mais alguns dedos de água do que aquela que inicialmente é recomendada ou prevista. Também se deve proceder do mesmo quando por esquecimento e descuido, a preparação esteve mais algum tempo ao lume do que é indicado e recomendado, o que origina sempre uma diminuição de água, ficando o cozimento mais concentrado e mais desagradável ao ser tomado.

Reconhece-se uma tisana que está concentrada quando se sente incómodo ao passar pela garganta, convindo neste caso, juntar-lhe mais um pouco de água quente para que regresse às suas condições normais e possa ficar apta para beber.

De uma grande importância geral é o facto de todas as partes das ervas devem ser sempre fervidas em fogo moderado de modo a obter-se excelentes cozimentos. Usando o fogo forte e apressado cozimento, destrói-se pelo forte calor os princípios essenciais das plantas e reduz-se assim ao mesmo tempo o volume de água.

PESO

Para obter as quantidades aproximadamente da planta a empregar, convêm reduzir a bocados mais pequenos as raízes, as cascas, as folhas e os talos já que as partes mais duras das ervas adquiridas em ervanários já vêm cortadas em pequenos pedaços.

Emprega-se aqui o termo “colherada” como uma medida de peso. A quantidade do vegetal não deve ir, pois, além do nível da beira da colher que seja empregue para este fim.

CONDIÇÕES:

UMA Colherada – das colheres de sopa – de folhas e flores equivale a 2 gramas
UMA Colherada – também de sopa – de cascas, talos e raízes – equivale a 5 gramas
UMA Colherada – das colheres de sobremesa – de cascas, talos ou raízes – equivale a 2 gramas e meio aproximadamente.

AS HORAS PARA TOMAR AS TISANAS

Há quem as tome a qualquer hora do dia, por cima de fartas refeições bem regadas com altos teores de álcool de toda a espécie. Isto é o que de pior se poderá fazer, já que a combinação química que será produzida no estômago não será a mais bem-vinda quanto mais a que se poderá desejar.

Logo, as melhores horas para beber as tisanas são sempre as que se encontram fora das refeições, independente de qual ela seja e, ainda, bebidas em grandes intervalos umas das outras. Não se deve, pois, beber-se qualquer cozimento ou líquido imediatamente depois da comida, mesmo aqueles considerados de valor digestivo, os quais convêm serem dirigidos antes das refeições ou meia hora depois das mesmas e ainda até mais tempo consoante os casos.

Recomenda-se, pois, vivamente que não se auto-medique conforme lhe dá ou acha que lhe fará bem, nem use e abuse de doses elevadas e mal controladas somente porque uma qualquer outra pessoa obteve um efeito mais rápido numa, quase, idêntica situação à sua, já que corre o risco de piorar a sua situação de saúde e corporalmente não somos todos idênticos nem possuímos as mesmas resistências, iguais doenças às do vizinho ou familiar.

Cada pessoa é um caso em si e possui o seu próprio corpo já constituído em bases fundadas e efectivas, pelo que qualquer doença que afecte um membro da sua família não é de forma alguma igual a que a pode atacar a si. Essa ideia muito errada e popular de diagnosticar males sem ajuda médica adequada já tem levado pessoas que se automedicaram com remédios do vizinho, primos, tios, pais e até dos maridos e esposas às portas da morte e senão mesmo à cova definitiva.

AS DOENÇAS

De um modo geral, em bom estado de saúde, todas as funções do organismo humano verificam-se de uma maneira normal, de tal modo que não se sente o seu funcionamento nem nos preocupamos com ele, mas quando uma dessas funções tem uma falha nota-se, quase de imediato, as mudanças no estado de saúde que geralmente se manifestam por dores de cabeça, febre, tremores corporais, má digestão, falta de apetite, mal-estar corporal e muitos outros sintomas que nos indicam a aparição de uma doença que se instalou num qualquer órgão ou sistema funcional da maravilhosa máquina que é nosso corpo.

Na verificação da doença depressa se chega à conclusão de que os órgãos reagem de modo anormal. Mas, no nosso organismo existe, de forma inegável, um terreno “favorável” para o desenvolvimento de muitas enfermidades e sob formas diversas. Também, do mesmo modo e desde que se nasce, se transporta o “gene da morte”.

O terreno favorável às doenças forma-se na generalidade por ingestão de elementos impróprios para o corpo humano e sempre proporcionados por uma má alimentação, por um desequilíbrio nitrogenado ou carbonado, por más combinações alimentares, por processos mentais e psicológicos, por irregularidades cometidas ao longo dos anos, por lesões que alteram as condições físico-químicas dos protoplasmas defensivos do corpo de atacarem a doença e rebaixam a sua vitalidade incapacitando-os para uma função normal.

A alimentação imprópria consiste nos regimes anti-naturais de compostos de carnes, peixes, caça, sardinhas, leguminosas secas, excessos de massas e de pão branco, manjares, ácidos, pimentas, picantes, vinagres, bebidas gasosas e alcoólicas, vinhos licorosos e também por regimes unilaterais constituídos unicamente de uma base só de certos alimentos.

O equilíbrio da saúde depende sempre, e por conseguinte, da prática de um regime alimentar bem regulado. Misturar determinados peixes e carnes vermelhas com certos vinhos não é o mais aconselhável e do mesmo modo também não convêm que se misturem frutas com bebidas como o leite e os sumos gaseificados. A mistura de alimentos de forma incorrecta, dificulta a digestão, abre no estômago facilidades para que se criem terrenos propícios a futuras doenças.

A falta de vitaminas na alimentação ou no menu diário pouco cuidado cria um estado chamado de “avitaminose”, que se caracteriza por fenómenos patológicos e enfermidades alarmantes ou graves. Cuide da sua saúde antes que ela “cuide” de si.


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