Vou responder colando um tópico que o meu amigo
Sr. Nélio Caldeira criou para esclarecer este assunto no forum da Comunidade Portuguesa Plantas Carnívoras:
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]IDENTIFICAÇÃO DOS DIFERENTES MEIOS DE ARMADILHAGEM UTILIZADOS PELAS PLANTAS CARNÍVORAS PARA CAPTURAREM AS SUAS PRESAS COSTÊLO- DIONAEA MUSCIPULAO COSTÊLOÉ a forma mais espectacular e visível de todos os tipos de armadilhas de plantas carnívoras, mas que ocorre apenas nos géneros
Dionaea-(terrestre) e
Aldrovanda (aquática)Na
Dionaea muscipula, a pigmentação de côr cárnea da face superior dos
lóbos do
limbo e a presença de
glândulas nectaríferas junto à nervura, constitui uma dupla atracção para os insectos.
Na
face superior ou
interna de cada
lóbo encontram-se 3 a 6
pêlos sensitivos, que desencadeiam o mecanismo de fecho da armadilha.
O insecto ao tocar, pelo menos uma vez, num ou mais destes
pêlos sensitivos, vai determinar a sua própria captura, pois segundo investigações científicas estes pêlos têm a capacidade de transmitir informações à planta ácerca da presa, como peso, tamanho e género de presa. A velocidade de enclausuramento da armadilha varia de presa para presa fazendo os dois lóbos fecharem-se subitamente, entrecruzando os
espigoões o que reduz a possibilidade do insecto
escapar. Este ao debater-se nesta prisão, faz com que os
lóbos ainda se apróximem
mais ensanduichando
a presa ao mesmo tempo que se acelera a secreção das
enzimas digestivas, produzidas por
tricomas especializados da epiderme, no interior da armadilha.
Os tecidos vivos acabam por se liquidifazer, ficando as substâncias assimiláveis prontas para serem absorvidas por outras células especializadas da epiderme.
Dias depois, a armadilha da Dionaea reabre, deixando à vista apenas o
invólucro quitinoso da presa, ou
exoesqueleto.
COSTÊLO-ALDROVANDAQuanto à armadilha da Aldrovanda, é também constituida por 2
lóbos ligados por uma nervura central.
Cada
lóbo tem apróximadamente 4 a 6 mm de comprimento e de 3 a 5 mm de largura.
O lóbo de cada armadilha é constituido por duas zonas concêntricas mais ou menos do mesmo tamanho, demarcadas por uma divisória formada por dentes aguçados.
A região mais próxima da nervura central-
mídrido é constituida por uma camada epidérmica mais espessa que ostenta de 30 a 40 pêlos finos de 0,5 a 1,5 mm de comprimento. Esta, é a cãmera da digestão. A parte exterior é mais delicada e membranosa e na margem desta podemos encontrar 60 a 80 dentes finos e curvados, tão pequenos que até mesmo com uma lupa temos dificuldade em os vêr.
As presas mais comuns destas plantas são alevins, zooplancton, Dafnias e larvas de mosquito etc.
Cada armadilha está ligada e amparada na base de um conjunto de seis
cerdas longas e finas de aspecto rústico e áspero, que fazem de ápice da folha. Embora não haja certerza da sua função em relação á armadilha, pois parecem estar relacionadas com o processo de amortização da pressão exercida pela armadilha no momento em que esta se fecha para aprisionar a vítima, evitando desta maneira que a armadilha sáia fora de água0. Também pode ter a função de facilitar o nascimento das algas que posteriormente irão alimentar e fixar perto da armadilha o zooplancton, que depois servirá para seu alimento.
Quando a armadilha é visitada pela vítima de tamanho ideal, esta fecha-se com uma velocidade de um quarto de segundo. Caso a vítima se evade, a armadilha só se volta a abrir após um periodo de 10 a 20 horas.
Conclúo, com pena de pouco ainda sabermos sobre esta planta, esperando que novas luzes surjam para desvendar os mistérios da Aldrovanda.
MUCILAGEM-DROSERAS
, PINGUICULAS, DROSOPHYLLUM, BYBLIS, TRYPHYOPHYLLUMNeste tipo de armadilhas as folhas são cobertas por pêlos (
tricomas), que estão em geral dispostos por 3 tamanhos e funções diferentes em cujo ápice se encontra uma gota brilante e viscosa (
mucilagem), cujos ingredientes principais são a
água,
frutose e
sílica.
A cor avermelhada das glândulas de algumas espécies e o brilho apresentado por milhares de gotículas, fazem deste sistema de armadilhagem um dos mais eficazes na captura de insectos.
Quando um animal fica preso na
mucilagem , ao debater-se, fica cada vez mais enredado nela, desencadeando-se assim a secreção das enzimas, que atacam e dissolvem as partes moles e até mesmo o exoesqueleto, enfim todo a presa é digerida, tornando-se deste modo assimilável.
ASPIRAÇÃO-POLYPOMPHOLYX E UTRICULARIAEstes géneros possuem armadilhas extraordinariamente elaboradas e capturam, por aspiração, pequenos animais presentes nos diferentes meios onde estas plantas habitam.
As raízes, ou parte delas estão transformadas num minúsculo
odre, a
utricula, que tem a abertura tapada por uma
tampa membranosa provida de pêlos sensitivos. Quando um animal toca nestes pêlos, desencadeia-se um mecanismo que leva á aspiração da água em contacto com a tampa da vesícula a qual, em resultado da sua fisiologia especial, se encontra sujeita a um pequeno
vácuo. A água entra repentinamente, forçando a tampa, arrastando com ela os pequenos animais.
A tampa volta á posição inicial, impedindo a saída das presas que neste caso são, em geral pequenos vermes, como os do "fungus gnat", copépodes e outros crustáceos. A seguir, esvazia-se o excesso de água entrada na
utricula, de modo a apróximarem-se as respectivas paredes, cumprimindo as presas de encontro às células glândulares, que de imediato iniciam a secreção das enzimas digestivas, acabando os animais por serem dissolvidos e assimilados pela planta.
URNA/ASCÍDEA-CEPHALOTUS, DARLINGTONIA, HELIAMPHORA
, NEPENTHES, SARRACENIA, BROCCHINIA E CATOPSIS São armadilhas passivas, sem movimento, que resultam da transformação das folhas ou parte delas.
Em algumas espécies desenvolve-se por cima da estrutura em vaso, uma tampa, o
opérculo.As presas são atraídas pelas cores vivas destas armadilhas, bem como por
glândulas nectaríferas, localizadas na
abertura da
urna-
peristômio ou
rebordo e no
óperculo.A superfície interna apresenta pêlos dirigidos para baixo e frequentemente, secreções cerosas e escorregadias que facilitam o deslizar das presas para dentro e impedem a sua saída. As presas caiem e são digeridas no líquido contido no fundo do
receptáculo.
Este tipo de urnas pode também dar abrigo a certos insectos que aproveitam este "perigoso" habitat para aí depositarem os respectivos ovos.
É o caso de certas borboletas nocturnas, cujos ovos eclodem nestes meios e originam larvas que, depois de se alimentarem com os restos de outros insectos, acabam por perfurar a urna, completando-se a metamorfose no exterior.
Também as aranhas aproveitam este tipo de esconderijo para melhor surpreenderem as suas vítimas.