Uma das coisas mais verdadeiramente fascinantes no mundo das plantas e para os amadores de jardinagem e floricultura, como eu, é o processo de re-envasar e transplantar as espécies.
Tenho lido sobre este assunto em muitos locais. Descobri que durante gerações, os jardineiros têm usado o velho processo cíclico: quando o solo de um vaso se enche de raízes em excesso, a planta tem que ser mudada para um vaso maior.
Bem, se estivermos perante uma planta jovem que queira crescer num ápice, realmente este é o melhor processo, mas se se trata de uma planta que já atingiu o seu estado de arbusto que fazer? Mudar para um vaso ainda maior?
Até há bem pouco tempo testemunhei e pratiquei a única solução para isto, e que me foi ensinado por minha mãe: desenvasar o exemplar, retirar o solo, sacudi-lo bem, sem danificar as suas raízes, depois cortar 1/3 das raízes velhas e igual porção de ramos. Por fim, voltar a colocar a planta, bastante reduzida, no mesmo vaso, mas com uma terra mais recente e mais rica em húmus.
Essencialmente esta é a única técnica que se tem usado com arbustos cultivados em interiores. Outro processo, também tradicional, é a remoção da camada superior do solo que está contido no vaso e a sua substituição por uma mistura de terra nova e fresca. Este processo é totalmente realizado com as mãos, para evitar quebrar ou danificar as raízes, e observei uma reacção da planta a esta alteração de terra: o nascer de novos rebentos.
Nestas práticas seculares está implícita a noção popular de que a terra envasada se torna, com o passar do tempo e das estações do ano, mais pobre e ainda ao cabo de um ou dois anos, a terra tenha mesmo de ser substituída para conservar a planta mais saudável e bela.
No caso que observei lá pelas aldeias, além da terra natural aplicada em substituição da terra cansada e considerada empobrecida, estas pessoas recolhem e preferem o húmus e a terra natural, que colhem durante a época de Inverno, aplicando assim bastante musgo fresco e húmus proveniente dos pinhais e nas matas, mas não se ficam por aqui porque muitos jardins vistosos sofrem a mesma alteração.
Noutras épocas havia uns vasos colocados nos beirais das janelas. Vistosos, com enormes ramos de flores. Só minha avó sabia o “segredo” de tais vasos: eles tinham uma terra rica em húmus e, pasme-se, principalmente... estrume de vaca.