Abrunheiro, Abrunheiro-bravo, Brunheiro, Cagoeiceiro-bravo, Ameixeira-brava, Ameixieira-brava, Ameixoeira-brava,
GERAL:
Arbusto ou pequena árvore caducifólia de 1 a 4 m, por vezes 5 m, com vários caules anegrados, de forma irregular, com ramagem densa e intrincada, ramos divaricados cobertos de espinhos e raminhos patentes pardo-acinzentados em ângulo recto, curtos, geralmente terminados por um espinho rígido.
FOLHAS:
As folhas obovadas a ablogo-lanceoladas, pequenas 2 a 4 cm de comprimento e 1 a 2 cm de largura, acuminadas, com a margem finamente serrada, simples, pecioladas, alternas, verde-escuras, pubescentes e em seguida glabras surgem depois das flores.
FLORES:
Abundante floração branca de Março a Abril. As flores desabrocham antes das folhas, pequenas (1 a 1.5 cm), pedunculadas, solitárias ou geminadas; hermafroditas, com 5 pétalas glabras e brancas, raramente rosadas, numerosos estames com anteras vermelhas (20 a 25) e um estilete.
FRUTOS:
O abrunho, pequena drupa globosa a ablonga, azul-escuro ou negro-violáceo quando madura a partir de Setembro, com cerca de 1,5 a 2cm - menor que a ameixa - coberta de pruína cerosa, com polpa esverdeada, endocarpo subgloboso e algo liso. Os abrunhos são comestíveis depois das primeiras geadas que atenuam o seu sabor adstringente e ácido-acre.
GOMOS:
Pequenos, glabros e anegrados; globosos e amarelados para os gomos reprodutivos.
CASCA:
Ritidoma liso um tanto brilhante estriado horizontalmente, enegrecido, com ramos pubescentes e espinhosos, os ramos do ano são acizentados e também pubescentes.
ECOLOGIA:
Planta de plena luz, (suporta o ensombramento, mas sofre uma forte baixa frutífera) prospera em quase todo tipo de solo, embora os prefira calcários e argilosos. Boa adaptação à seca. Tem raízes horizontais e laterais. De crescimento rápido, forma sebes e orlas de bosques, vive nas margens dos campos e caminhos, matos, baldios, ao longo das zonas ribeirinhas, coloniza as zonas perturbadas.
Propaga-se por semente, por mergulhia, ou por rebentões de raíz (pôlas), com uma longevidade entre 40 a 80 anos.
Ocorre até altitudes de 1500m, com boa resistência ao frio, suportando os 30°C negativos.
DISTRIBUIÇÃO:
Comum em quase toda a Europa, (excepto as zonas nórdicas), Ásia central; África do Norte. Frequente em toda a Península Ibérica sendo mais raro a sul.
Indígeno em todo o país, excepto nas províncias do Sul.
UTILIZAÇÃO:
Forma sebes naturais.
A madeira, muito dura e resistente, castanho-avermelhada frequentemente listada de cor-de-rosa, é pouco utilizada devido ao fraco diâmetro dos caules; no entanto pode-se confeccionar cabos de ferramenta, objectos torneados, bengalas e clubes de golfe, é também utilizada em trabalhos de embutido.
Excelente lenha de aquecimento.
OBSERVAÇÕES:
O abrunheiro é uma arbusto rústico que apresenta um grande interesse ecológico para a fauna: insectos, aves, pequenos mamíferos alimentam-se do seu pólen, das suas folhas e dos seus frutos; oferece também uma excelente protecção dos ninhos contra os predadores. As densas sebes e moitas que a partir de Março são magníficas manchas brancas na paisagem, têm um efeito protector contra o vento e a erosão do solo. O seu maior inconveniente é o de se propagar facilmente tornando-se por vezes, incontrolável na sua expansão.
As flores contêm ácido cianídrico, bem como a casca e as folhas, utilizado em medicina devido às propriedades adstringentes.